sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Governo pretende tomar medidas contra o desemprego

O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, disse nesta terça-feira (13), após se reunir por mais de uma hora com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o volume de desemprego de dezembro deve ser muito superior à média histórica e que o governo está preocupado com a questão. O ministro revelou ainda que estuda uma medida jurídica para atrelar os novos financiamentos públicos para as empresas à garantia de empregos.

Lula queria saber se Lupi já tinha um balanço do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) de dezembro. O ministro informou ao presidente que só teria essas informações na próxima segunda-feira (19), mas fez uma previsão pessimista sobre o resultado. “Normalmente, dezembro tem uma média negativa de 300 mil demissões, mas dessa vez deve ser um número muito maior, por conta da crise”, disse o ministro.

Segundo ele, o presidente vai aguardar os resultados oficiais do Caged para tomar novas medidas que possam garantir o nível de emprego ou pelo menos a renda dos trabalhadores demitidos em massa por alguns setores. Uma saída, segundo Lupi, seria aumentar o número de parcelas do seguro desemprego. “Mas isso tem que ser analisado segmento por segmento. Tem que ver onde há desemprego contínuo”, explicou.

Lupi fez questão de salientar que, apesar da queda de dezembro, o emprego deve fechar com saldo positivo o ano. “O mundo inteiro está sofrendo com o desemprego. Nos Estados Unidos, por exemplo, anunciaram mais de 2 milhões de desempregos. Mas, nós no Brasil ainda vamos fechar o ano com saldo positivo, isso é muito importante”, argumentou.

Outra medida em estudo no Ministério do Trabalho é encontrar uma fórmula jurídica de obrigar que as empresas que assinarem financiamentos com instituições financeiras públicas garantam o emprego dos trabalhadores. “Ainda não encontramos uma fórmula jurídica para isso. Mas, eu penso que vamos encontrar um caminho para isso”, comentou Lupi.

Segundo ele, a proposta só vale para novos financiamentos. O que já foi contratado junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Banco do Brasil ou Caixa Econômica Federal (CEF) não sofreria alterações e os empresários não precisariam dar garantias de emprego. “Eu contei a ideia de forma geral para o presidente”, disse Lupi.

Demissões no setor automobilístico

O ministro voltou a reclamar das demissões no setor automobilístico. Ele classificou a decisão das empresas do setor como “um absurdo”. “São precipitadas as demissões. Não acho coerente. Eu estou analisando se vou pedir a prorrogação da redução de IPI para os carros. Eu já havia defendido isso”, disse o ministro.

Nesta terça-feira, a GM anunciou a demissão de mais de 700 empregados em São José dos Campos.

Previsão

Mesmo esperando um péssimo resultado para o emprego em dezembro do ano passado, Lupi disse que está otimista em relação a 2009. Segundo ele, em janeiro e fevereiro o Caged ainda deve apresentar resultados ruins, mas a partir de março a geração de emprego no país voltaria a crescer.

“Eu ainda mantenho minha previsão de geração de 1,5 milhão de novos empregos formais em 2009. Teremos um período ruim em janeiro e fevereiro e vamos voltar a crescer em março”, salientou.

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